Comissão Europeia destaca «importantes poupanças» no setor da Saúde
O Governo, no que toca à área da Saúde, está a cumprir com o que ficou acordado no memorando.
A Comissão Europeia, no relatório da sexta avaliação ao programa de ajustamento português, faz um balanço positivo e destaca as «importantes poupanças» que estão a ser alcançadas no setor. «A implementação das políticas [no setor da Saúde] continua em linha com os prazos do memorando de entendimento e está a começar a produzir poupanças importantes tanto em termos da despesa com medicamentos como dos custos operacionais dos hospitais», escreve a Comissão, numa avaliação positiva ao que tem sido feito no setor da Saúde, citou o “Jornal de Negócios”.
Em relação à despesa com medicamentos, a Comissão destaca as poupanças de 10,3% na despesa do Estado com comparticipações até setembro e a quebra de 12,9% na despesa direta das famílias nas farmácias, até agosto, na compra de medicamentos comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).
No que toca aos custos operacionais dos hospitais – que o Governo se tinha comprometido a reduzir em 15% entre 2011 e 2013 –, a Comissão Europeia destaca as «importantes poupanças», referindo que os custos caíram 6% em 2011 (o equivalente a 314 milhões de euros) e que deverão cair 9% este ano (400 milhões de euros).
Para 2013, as autoridades esperam uma nova redução de 250 milhões de euros, «em parte para compensar a reintrodução do 13º mês», lê-se no relatório.
Para alcançar estes cortes, os hospitais puderam contar com as baixas nos preços pagos às clínicas privadas convencionadas que rondaram os 5% em 2011 (38 milhões de euros) e mais 10% este ano (60 milhões de euros). Além disso, houve cortes nas horas extraordinárias e em suplementos pagos aos profissionais.
Também os proveitos alcançados com a cobrança de taxas moderadoras cresceram 80 a 90 milhões de euros face a 2011 – uma receita ainda assim abaixo do que tinha ficado definido aquando da assinatura do memorando.
Os peritos da troika frisam também a redução significativa das dívidas em atraso na Saúde, graças à injeção de 1.500 milhões de euros provenientes da transferência dos fundos de pensões da banca.
As autoridades nacionais vão agora concentrar-se na reforma hospitalar, lê-se no relatório, que inclui a reorganização da rede e mudanças no financiamento hospitalar e introdução de medição de desempenho.
Também deverão ser adotadas mais medidas em relação aos subsistemas públicos de saúde (ADSE, ADM e SAD). E é nesta matéria que os peritos mostram maiores reticências, falando em «progressos lentos».
De lembrar que o Governo devia ter reduzido em 30% os gastos com estes três subsistemas este ano e mais 20% no próximo, com vista ao seu autofinanciamento em 2016.
Infarmed tem plano de contingência caso faltem medicamentos à população
O presidente da autoridade do medicamento garantiu quinta-feira que o abastecimento de medicamentos essenciais à população portuguesa não está em risco, mas criou um plano de contingência para uma eventual situação de rutura no mercado, avança a agência Lusa.
Depois de notícias que indicavam uma falha no acesso a medicamentos, no último mês o Infarmed realizou “centenas de inspeções” ao circuito do medicamento e apenas encontrou “situações pontuais”.
Em conferência de imprensa, o presidente daquele organismo, Eurico Castro Alves, disse que “não há uma falha significativa de medicamentos” em Portugal e que não foi identificada qualquer situação preocupante no acesso a fármacos essenciais.
Apesar de ter sido criado um plano de contingência para garantir que os portugueses têm medicamentos no caso de uma falha generalizada, o presidente do Infarmed acredita que não virá a ser necessário aplicar esse plano.
Este plano de contingência, em relação ao qual Eurico Alves não quis adiantar pormenores, contempla todas as fases do circuito, desde o armazenamento à distribuição.
A investigação desencadeada pelo Infarmed a farmácias, armazenistas e distribuidores ocorreu depois de a indústria farmacêutica ter indicado publicamente a exportação paralela como uma das principais causas das falhas de abastecimento de medicamentos.
Em resposta, as farmácias culparam os laboratórios pelas falhas no mercado, acusando-os de racionarem o abastecimento nos países exportadores, como é Portugal, onde os preços dos medicamentos são baixos.
As farmácias têm-se queixado também de dificuldades económicas, apresentando vários dados de farmácias com fornecimentos suspensos e de previsão de encerramento de atividade.
O Infarmed pretendeu precisamente avaliar a situação da falha de medicamentos e o presidente do instituto considera que “a dimensão do problema não é a que se quis fazer parecer”.
“Há uma luta política de organizações e das mensagens que querem fazer passar e não faço juízos sobre isso. Mas nesse jogo o Infarmed não deve estar”, comentou, questionado sobre as posições tomadas pelas associações que representam as farmácias e os laboratórios.
No que respeita a uma eventual exportação paralela de medicamentos, Eurico Castro Alves diz que até agora ainda não foi detetada qualquer ligação entre falta de medicamentos e exportação. Aliás, dos processos de contraordenação abertos pelo Infarmed no decurso das inspeções não surge como relevante as suspeitas de exportação ilegal.
Meia centena de queixas de utentes por falhas de medicamentos nas farmácias
Cerca de 50 utentes queixaram-se, num mês, à autoridade do medicamento da falta de medicamentos nas farmácias, através de um sistema de alerta criado para receber as dificuldades dos cidadãos, avança a agência Lusa.
Numa conferência de imprensa em Lisboa, o presidente do Infarmed, Eurico Castro Alves, considerou que estas notificações “são importantes” mas pouco expressivas em número.
O Infarmed criou um endereço eletrónico e disponibilizou um número de telefone para que os utentes pudessem comunicar a dificuldade em encontrar medicamentos, depois de notícias que apontavam para falhas no acesso.
As 51 queixas apresentadas em cerca de um mês diziam respeito a 49 medicamentos e 16 deles já estavam sinalizados pelo próprio Infarmed.
Em relação a outros 27, os laboratórios já tinham anunciado previamente a rutura de stock e sobre os restantes oito a informação apresentada não estava devidamente fundamentada.
Para o presidente do Infarmed, as inspeções realizadas e as queixas recebidas, permitem mostrar que o abastecimento de medicamentos essenciais à população portuguesa não está em risco.
Entretanto, o Infarmed criou no seu site na Internet um mapa onde os cidadãos podem identificar a indisponibilidade, farmácia a farmácia, de medicamentos essenciais.
O sistema usa um sistema de cores no mapa para perceber se as farmácias têm ou não falhas de medicamentos. A cor verde serve para os estabelecimentos sem faltas, as amarelas para os que preveem vir a ter, a cor laranja para as farmácias com até três medicamentos em falta e a vermelha para as que têm mais falhas.
Desde que o sistema foi criado, há cerca de uma semana, surgiu apenas uma farmácia com a cor laranja e nenhuma com a vermelha.
Portaria n.º 411A/2012, de 14 de dezembro – Governo adia redução do preço dos medicamentos
Afinal, os preços dos medicamentos de marca já não vão baixar no dia 1 de janeiro, nem os genéricos a 1 de fevereiro.
A portaria publicada na sexta-feira, assinada pelo secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira, suspende os novos prazos da revisão anual internacional dos preços dos fármacos, adiantou o “Jornal de Negócios”.
Até ao corrente ano, os preços dos medicamentos baixavam nos meses de abril (os de marca) e de maio (os genéricos), mas o Governo acordou com a troika que essa revisão, a partir de 2013, passaria a ser feita logo no início do ano (em janeiro os de marca e em fevereiro os genéricos).
Agora, o Ministério da Saúde vem adiar estes novos prazos. O secretário de Estado justifica a decisão com o facto de estar a decorrer a revisão dos «países de referência» e explica que se definirão «prazos ajustados às alterações legislativas em preparação».
O “Diário Económico” já tinha noticiado esta semana que a atual lista de países de referência para a comparação internacional de preços iria sofrer uma alteração: mantêm-se Espanha e Eslovénia, mas França irá substituir a Itália.
Questionada, fonte oficial do Ministério da Saúde respondeu que se trata de «um pequeno adiamento», sem precisar datas, e que antes de abril ocorrerá a revisão.
A comparação internacional leva a baixas de preços todos os anos, exceto para medicamentos de marca com preço de venda ao público igual ou inferior a cinco euros.
Em 2013, os preços deverão cair 8%, de acordo com o “Diário Económico”, que citava esta semana um documento interno do Governo, relativo à sexta avaliação da troika à implementação do plano de ajustamento em Portugal.
De acordo com esse mesmo documento, ainda em 2013 o INFARMED deverá promover uma segunda baixa de preços. Isto a juntar às baixas trimestrais voluntárias que têm vindo a ter lugar desde final de 2010, por causa das medidas adotadas pelo Governo de então.
IF paga ao Estado despesa excedente com medicamentos através de fundos
O Governo criou dois fundos que vão receber, mensalmente, dinheiro das empresas farmacêuticas para cobrir as despesas do Estado com medicamentos que ultrapassem os limites que foram definidos num acordo com a indústria farmacêutica, avança a agência Lusa.
De acordo com uma portaria publicada na sexta-feira em Diário da República fica formalizada a criação de dois fundos que definem uma contribuição da indústria, correspondente a 2% da sua faturação mensal ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), a ser depositada em contas bancárias criadas para o efeito.
Um dos fundos diz respeito aos medicamentos hospitalares, enquanto o outro se destina ao mercado de ambulatório (farmácias).
“A primeira contribuição das empresas aderentes para os respetivos fundos é feita com o valor devido desde 1 de janeiro de 2012”, refere o diploma. De acordo com o protocolo assinado em Maio deste ano, a indústria farmacêutica comprometeu-se a reduzir a despesa pública com medicamentos em 300 milhões: 170 milhões de euros em mercado hospitalar e 130 milhões de euros no ambulatório.Caso esses valores não sejam alcançados, as empresas farmacêuticas têm que devolver o excedente ao Estado, o que acontecerá através destes fundos.
A portaria publicada sexta-feira define que, a ter lugar esse pagamento ao Estado, a primeira tranche seja paga em Fevereiro de 2013 à Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).
Os valores devidos pelos laboratórios passam a ser receita do SNS e terão que ser usados para pagar a fornecedores. Em contrapartida, se os objetivos de despesa forem cumpridos, os laboratórios recebem de volta o que depositaram nos fundos, acrescido dos benefícios financeiros entretanto obtidos.
Informação sobre medicamentos em falta disponível no site da Infarmed
A Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde disponibiliza no seu site um mapa onde os cidadãos podem identificar a indisponibilidade, farmácia a farmácia, de medicamentos cuja acessibilidade é considerada essencial, divulgou na passada sexta-feira a entidade, avança a agência Lusa.
Este serviço do Infarmed pretende informar sobre a disponibilidade nas farmácias de Portugal continental das substâncias ativas identificadas como essenciais e permite aos consumidores dirigir-se ao estabelecimento indicado para obter o medicamento de que necessitam.
As farmácias localizadas no mapa estão identificadas com símbolos de diferentes cores, verde, amarelo, laranja e vermelho, consoante o número de substâncias ativas em falta.
Preço dos medicamentos desce 8% em 2013
Países que servem de comparação com Portugal para apurar o preço dos fármacos foram revistos.
O preço de venda ao público dos medicamentos vai voltar a descer em 2013. O documento interno do Governo, relativo à sexta avaliação da troika, nota que foram alterados os países de referência com que Portugal se compara para definir o preço dos medicamentos: Espanha e Eslovénia mantêm-se na lista, mas França veio substituir a Itália.
À luz desta nova comparação, prevê-se uma variação média de 8%, em 2013, refere o documento citado pelo “Diário Económico”. E acrescenta mais à frente que o INFARMED será responsável pela segunda variação de preços a realizar em 2013.
De acordo com a lei, o PVP dos medicamentos é definido com base nos preços em vigor nos países de referência para o mesmo medicamento. Caso a comparação resulte num PVP superior ao que se encontrar agora em vigor, é este último que se mantém. Ou seja, da comparação de preços com os países de referência não pode resultar uma subida dos preços dos fármacos.
Tribunal europeu de justiça confirma multa à AstraZeneca sobre práticas anti concorrenciais
O Tribunal Europeu de Justiça confirmou a multa de 52,5 milhões de euros aplicada à AstraZeneca por travar a entrada de versões genéricas do Losec (omeprazol). «Este tipo de abusos devem ser encarados como infrações graves e, consequentemente, o valor da multa não pode ser reduzido por este motivo», indicou o tribunal citado pelo “Firstword”.
Em 2010, o tribunal europeu defendeu uma decisão tomada em 2005, em que a AstraZeneca era acusada de evitar ou atrasar a entrada de versões genéricas do Losec no mercado entre 1993 e 2000, apesar de ter diminuído o valor da coima de 60 milhões de euros.
A empresa recorreu da decisão, mas o tribunal determinou que estava correto sobre a posição de que a AstraZeneca «abusou da sua posição dominante ao evitar a comercialização deste tipo de produtos genéricos».
A decisão inicial levou a Comissão Europeia a lançar uma investigação junto da Indústria Farmacêutica para apurar se as empresas estavam a cometer abusos sobre os direitos de patentes ou a realizar acordos ilegais para manter versões genéricas fora do mercado. As conclusões preliminares foram divulgadas em 2009.
A Cofanor encerrou o seu armazém de distribuição em Montemor-o-Velho.
Perto de 80 funcionários foram para o desemprego. Segundo o “Diário de Coimbra”, o encerramento deu-se no passado dia 7 de novembro. A notícia terá sido transmitida dois dias antes aos trabalhadores, tendo as farmácias da região começado a receber, um dia antes do encerramento, uma carta a explicar a situação.
Na referida carta a Cofanor refere que a decisão se deve à atual conjuntura económica, referindo ainda que o armazém continua a dar prejuízo, apesar de todos os esforços efetuados. O armazém estava a funcionar há já quatro anos, tendo sido formalmente inaugurado há dois anos, na presença da então ministra da Saúde, Ana Jorge. A Cofanor prefere não prestar declarações sobre este encerramento.
Gigante grossista fecha em Montemor-o-Velho e despede 75 pessoas
Cooperativa nortenha, a operar na distribuição de medicamentos, alega perda de rentabilidade.
A Cofanor, uma das maiores distribuidoras de medicamentos a nível nacional, decidiu encerrar o armazém de Montemor-o-Velho, enviando para o desemprego 75 trabalhadores. A partir desta quinta-feira, a distribuição de medicamentos passará a ser feita apenas a partir da sede do Porto, e até ao final da semana o processo de despedimento coletivo deverá ficar concluído.
A notícia do encerramento chegou aos trabalhadores nesta segunda-feira e a justificação dada pela empresa grossista, que se pode ler na carta a que o Negócios teve acesso, aponta para as “alterações constantes e profundas, que se têm refletido de maneira especialmente grave na perda de rentabilidade das farmácias e da distribuição farmacêutica”. Alterações – redução das margens e quebra do preço dos medicamentos – com efeitos que a Cofanor “não conseguiu evitar”.
A direção, que assina a carta, justifica ainda que “a atividade do armazém de Montemor-o-Velho mantém-se fortemente deficitária, apesar de todos os esforços para modificar a situação” e, por isso, optou por “concentrar no armazém do Porto toda a distribuição”.
A informação já foi também enviada para as farmácias da região. Rita Trindade, diretora técnica da Farmácia Ângelo, recebeu a carta esta quarta-feira de manhã a informar que “a partir de amanhã [quinta-feira] só teremos uma entrega por dia, deixando de ter a entrega a meio do dia”. Rita Trindade diz que está cada vez mais complicada a gestão, recordando que há um ano fechou também em Coimbra um armazém da grossista Udifar.
Em Montemor-o-Velho, a empresa dava emprego direto a 40 pessoas e tinha mais 35 colaboradores, responsáveis pela distribuição de medicamentos pelas farmácias locais. Um dos funcionários, que quis manter o anonimato, disse que até ao final da semana o processo de despedimento coletivo deverá ficar fechado. O vice-presidente da Cofanor, contactado pelo Negócios, recusou prestar qualquer comentário.
Mas não foram apenas os trabalhadores a ser apanhados de surpresa. Também Luís Leal, presidente da Câmara de Montemor-o-Velho, já endereçou uma carta à direção da Cofanor, pedindo esclarecimentos, e mostrou-se “altamente magoado pela forma insensível e eticamente incomportável de tratamento, sobretudo depois do que fizemos na tentativa de os apoiar”. Além do mais, estranha nunca ter sido “sensibilizado para qualquer situação de maior dificuldade”, insurgiu-se o autarca, ainda em declarações ao Negócios.
O armazém, integrado no Parque de Negócios do concelho, foi inaugurado em 2009, com um investimento de perto de cinco milhões de euros, e era um dos maiores e mais modernos do País. A empresa contou com o apoio da autarquia que, quando alienou os lotes, deu um incentivo de 43% do seu valor (124,2 mil euros).
Com cerca de 950 farmácias associadas e uma quota de mercado a rondar os 10%, a Cofanor faturou, em 2010, perto de 300 milhões de euros.