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Infarmed tem plano de contingência caso faltem medicamentos à população

Infarmed tem plano de contingência caso faltem medicamentos à população

O presidente da autoridade do medicamento garantiu quinta-feira que o abastecimento de medicamentos essenciais à população portuguesa não está em risco, mas criou um plano de contingência para uma eventual situação de rutura no mercado, avança a agência Lusa.

Depois de notícias que indicavam uma falha no acesso a medicamentos, no último mês o Infarmed realizou “centenas de inspeções” ao circuito do medicamento e apenas encontrou “situações pontuais”.

Em conferência de imprensa, o presidente daquele organismo, Eurico Castro Alves, disse que “não há uma falha significativa de medicamentos” em Portugal e que não foi identificada qualquer situação preocupante no acesso a fármacos essenciais.

Apesar de ter sido criado um plano de contingência para garantir que os portugueses têm medicamentos no caso de uma falha generalizada, o presidente do Infarmed acredita que não virá a ser necessário aplicar esse plano.

Este plano de contingência, em relação ao qual Eurico Alves não quis adiantar pormenores, contempla todas as fases do circuito, desde o armazenamento à distribuição.

A investigação desencadeada pelo Infarmed a farmácias, armazenistas e distribuidores ocorreu depois de a indústria farmacêutica ter indicado publicamente a exportação paralela como uma das principais causas das falhas de abastecimento de medicamentos.

Em resposta, as farmácias culparam os laboratórios pelas falhas no mercado, acusando-os de racionarem o abastecimento nos países exportadores, como é Portugal, onde os preços dos medicamentos são baixos.

As farmácias têm-se queixado também de dificuldades económicas, apresentando vários dados de farmácias com fornecimentos suspensos e de previsão de encerramento de atividade.

O Infarmed pretendeu precisamente avaliar a situação da falha de medicamentos e o presidente do instituto considera que “a dimensão do problema não é a que se quis fazer parecer”.

“Há uma luta política de organizações e das mensagens que querem fazer passar e não faço juízos sobre isso. Mas nesse jogo o Infarmed não deve estar”, comentou, questionado sobre as posições tomadas pelas associações que representam as farmácias e os laboratórios.

No que respeita a uma eventual exportação paralela de medicamentos, Eurico Castro Alves diz que até agora ainda não foi detetada qualquer ligação entre falta de medicamentos e exportação. Aliás, dos processos de contraordenação abertos pelo Infarmed no decurso das inspeções não surge como relevante as suspeitas de exportação ilegal.