Medicamentos: Saúde com mais competências na área da formação dos preços
A formação do preço dos medicamentos, até agora da competência dos Ministérios da Economia e da Saúde, passa a ser matéria do membro do governo responsável pela área da Saúde, segundo legislação hoje publicada em Diário da República, noticia a agência Lusa.
De acordo com um decreto-lei publicado em Diário da República, cabe agora apenas ao membro do governo responsável pela área da Saúde a determinação de deduções sobre os Preços de Venda ao Público (PVP) autorizados.
Até agora, esta era uma matéria da responsabilidade dos membros do governo responsáveis pelas áreas da economia e da saúde.
Ao nível da fixação do preço dos medicamentos, a lei também confere alterações. Assim, a autoridade que regula o setor do medicamento (Infarmed) passa a assumir competências até agora atribuídas à Direção-Geral das Atividades Económicas (DGAE), como a autorização do PVP dos medicamentos.
O Infarmed é o organismo igualmente responsável pela regulação dos preços dos medicamentos comparticipados ou a comparticipar, nos termos definidos no regime geral das comparticipações do Estado no preço dos medicamentos.
A legislação apresenta ainda alterações na formação de preços dos medicamentos genéricos.
Atualmente, o medicamento de referência para efeitos dos números anteriores era o que “esteja, ou tenha sido, autorizado há mais tempo em Portugal com base em documentação completa, incluindo resultados de ensaios farmacêuticos, pré-clínicos e clínicos com a mesma composição qualitativa e quantitativa em substâncias ativas”.
Valor fixo por cada embalagem vendida pode ser solução contra crise
O economista Pedro Pita Barros considera que as farmácias só poderão libertar-se da grave crise económica que atravessam, quando não estiverem dependentes do preço dos medicamentos, o que é possível, fixando o valor que recebem por cada embalagem vendida, avança a agência Lusa.
Pedro Pitta Barros falava à agência Lusa, à margem da apresentação de um estudo que realizou sobre a evolução da situação económica das farmácias, que conclui que mais de 1.100 farmácias têm os fornecimentos suspensos e que a maioria “não tem capacidade para suportar os custos da atividade que desenvolve”.
Na opinião do economista, as farmácias têm de pensar numa forma de obter eficiência adicional, para compensar alguma da falta de viabilidade económica, através da redução de custos.
“Como muito do efeito está a ser criado por uma redução de preços dos medicamentos nos últimos anos, tem que se pensar porque é que a remuneração da farmácia está tão ligada ao preço do medicamento, e se não será melhor ter uma remuneração da atividade da farmácia que seja independente dessa descida de preços”, sugeriu.
Pita Barros sublinha que mudar a forma de remuneração “não significa atirar lá para dentro uma montanha de dinheiro”, significa que o modelo como está não vai funcionar, e tem que se começar já a preparar o que poderá ser uma alternativa que funcione, “um novo modelo”.
“De certa forma, os princípios desse novo modelo já vão sendo aceites. Com as medidas da ‘troika’, já houve introdução de um mecanismo de remuneração das farmácias que tem uma componente fixa por embalagem dispensada e não de acordo com preço de medicamento”. Ou seja, se o preço dos medicamentos baixar, a farmácia continua a receber exatamente o mesmo, o que o economista considera fazer sentido como modelo económico, uma vez que um medicamento de preço mais elevado não custa mais a dispensar na farmácia do que um medicamento de preço mais baixo.
“De um ponto de vista lógico fazem sentido essas mudanças. O princípio dessa mudança já foi aceite. Agora tem que se pensar que valores é que faz sentido esse modelo ter e se faz sentido adicionar algumas componentes de remuneração de outros atos ou não. Isso é, provavelmente, a discussão que terá que ser feita”, apontou Pita Barros.
Mais de 1.100 farmácias com fornecimentos suspensos
Mais de 1.100 farmácias têm atualmente os fornecimentos suspensos e a situação económica é de tal forma insustentável que não permite cobrir os custos fixos na maioria destes estabelecimentos, segundo um estudo que será hoje apresentado.
A investigação sobre a evolução da situação económica das farmácias foi realizada pelo economista Pedro Pita Barros, da Nova School of Business & Economics (Nova SBE).
De acordo com as conclusões do estudo, o número atual de farmácias com fornecimentos suspensos é de 1.131, representando um crescimento superior a 30 por cento (%) nos últimos três meses.
Medidas de viabilidade de muitas farmácias podem passar por despedimentos e redução do horário de atendimento.
O estudo do economista Pedro Pita Barros mostra que muitas unidades farmacêuticas correm o risco de fechar devido aos cortes efetuados nos preços dos medicamentos e aumentos nos custos fixos.
“O provável é que haja um conjunto de farmácias que venha a encerrar, caso esta situação continue”, afirmou o economista que fez o estudo, citado pela Rádio Renascença. Pedro Pita Barros sugere a redução dos custos fixos das farmácias, para que estas se possam manter viáveis, o que pode levar a despedimentos e encurtar os horários de atendimento ao público “Se conseguirem alterar a sua forma de remuneração, por exemplo, em vez de ser uma percentagem do preço ser um valor mais fixo por transação, como já se faz noutros países”, sugere Pedro Pita Barros
Acordo entre VipFarma e Farmasierra para a Península Ibérica
A portuguesa Vipfarma – Logística Farmacêutica, SA e a espanhola Farmasierra Distribución assinaram um acordo que possibilitará a oferta conjunta de serviços de logística farmacêutica para toda a Península Ibérica.
O acordo pretende, segundo comunicado, «oferecer todo o conjunto de serviços, na área da logística farmacêutica, para as empresas farmacêuticas estabelecidas na Península Ibérica, independentemente de se situarem em Portugal ou em Espanha, desde receção, armazenamento, picking e entrega aos destinatários, oferecendo ainda outros serviços como reembalamemto, processamento de devoluções, etc.».
»Para a Farmasierra esta parceria é um passo no crescimento da nossa área de distribuição e para a internacionalização das nossas atividades», diz Thomas OIleros, presidente do grupo Farmasierra.
De acordo com José Miguel de Melo Ribeiro, presidente do conselho de administração da VipFarma «este acordo é o resultado da busca de um Parceiro na Espanha com o mesmo nível de qualidade, capacidade e interesse em desenvolver uma parceria mais profunda na busca de respostas às crescentes necessidades das empresas farmacêuticas para operarem no mercado ibérico».
Fundada em 1995, a VipFarma é composta por 55 colaboradores com «conhecimento profundo de todas as características do sector de distribuição farmacêutica».
Já a Farmasierra Distribución apresenta um volume de 20 milhões de unidades tratadas anualmente, «oferecendo uma distribuição mundial de medicamentos, suplementos alimentares, cosméticos e produtos de saúde, chegando a armazenistas, farmácias e hospitais».
CURSO DE FORMAÇÃO DE CONTROLO DE PRAGAS URBANAS, 25, 26 e 27 de OUTUBRO
VAI REALIZAR-SE MAIS UMA AÇÃO DESTE CURSO, DESTA VEZ NO NORTE DO PAÍS
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A Federação Europeia das Associações da Indústria Farmacêutica enviou uma carta aos líderes europeus pedindo-lhes que, na cimeira que decorre em Bruxelas, estudem medidas para evitar que os preços dos medicamentos continuem a baixar e alertam que o setor não aguenta mais penalizações, avança o jornal Público.
Na carta, é citado o exemplo de Portugal, como um dos países onde os laboratórios têm sido alvo de sucessivas baixas nos preços dos fármacos – o que vai acabar por se alastrar a outros países.
Assinada pelo presidente da federação, Andrew Witty, a missiva começa por defender que a “inovação é vital para qualquer estratégia económica de sucesso a longo-prazo”, pedindo que durante o Conselho Europeu de Bruxelas os líderes reconheçam a importância no papel das farmacêuticas na Europa.
Witty alerta que “as ações passadas não vão garantir o sucesso no futuro” e que só os membros da federação gastam anualmente 25.700 milhões de euros em investigação e desenvolvimento (I&D), o que corresponde a 660 mil postos de trabalhos diretos, escreve o Público.
A federação considera, por isso, “irónico” que a mesma União Europeia que quer apostar em I&D crie “distorções de mercado que impedem que medicamentos inovadores cheguem aos doentes”, assistindo, depois, à saída destas empresas para mercados como o asiático.
Esta organização refere como exemplos concretos as sucessivas descidas de preços de medicamentos que têm sido feitas pelos países que estão em situação mais difícil, como é o caso da Grécia, Irlanda, Itália, Espanha e Portugal.
A federação diz compreender que estes países tenham de tomar medidas para controlar a despesa pública e recuperar a credibilidade, mas sublinha que o setor farmacêutico, só nestes cinco países, em 2010 e 2011 contribuiu com sete mil milhões de euros
Presidente do Infarmed diz ter sido afastado do seu cargo pelo ministro
O presidente do Infarmed disse, em declarações à TSF, que foi afastado do seu cargo pelo ministro da Saúde, que lhe informou que “pretendia uma nova equipa e uma nova direção” à frente deste organismo.
“É uma decisão perfeitamente legítima que aceitei sem qualquer contestação como é natural”, acrescentou Jorge Torgal, que confirmou não ter saído por sua iniciativa.
Em declarações à TSF, Jorge Torgal adiantou que não apresentou qualquer pedido de demissão a Paulo Macedo, tendo sido o “ministro que entendeu que devia renovar a equipa”.
“Não tenho de concordar ou deixar de concordar. Com certeza que concordo. O ministro está no seu direito de nomear os dirigentes que entende serem mais adequados para os objetivos políticos que pretende”, explicou. Jorge Torgal, que referiu que não tem de comentar as decisões do ministro da Saúde, lembrou também que já está decidido há um ano que os “novos estatutos confirmam a redução de cinco para três membros” da administração do Infarmed.
Citada pelo jornal Público, fonte do Ministério da Saúde tinha indicado que Jorge Tortgal tinha decidido por livre e espontânea vontade deixar a presidência do Infarmed.
Contactado pela TSF, Miguel Vieira, assessor do ministro Paulo Macedo, afirmou que foi Jorge Torgal que pediu para abandonar a presidência do Infarmed.
Curso de formação de controlo de pragas urbanas – 25, 26 e 27 de outubro
VAI SER REALIZADA MAIS UMA AÇÃO DO CURSO DE CONTROLO DE PRAGAS URBANAS, DESTA VEZ NO NORTE DO PAÍS
Continue ReadingIndústria Farmacêutica tenta travar novas regras de prescrição na justiça
São duas ações distintas, com diferentes argumentos, mas com o mesmo propósito: suspensão e/ou revogação das medidas impostas pela nova lei de prescrição por substância ativa, em vigor desde o início do mês, que permite aos cidadãos trocarem medicamentos nas farmácias e optarem pelos mais baratos.
A APIFARMA foi a primeira a avançar com uma providência cautelar nesse sentido, ainda antes de as novas regras da chamada prescrição por DCI (Denominação Comum Internacional) entrarem em vigor, e, na semana passada, deu entrada no Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa uma ação idêntica da Associação Portuguesa de Genéricos (APOGEN).
A Ordem dos Médicos (OM), a primeira a ameaçar publicamente com uma ação deste tipo, ainda está a aguardar parecer jurídico, mas promete apresentar também uma providência cautelar em breve.
As empresas de genéricos pediram a suspensão ou a revogação da nova portaria que, entre outras medidas, obriga as farmácias a ter disponíveis três dos cinco medicamentos genéricos mais baratos de cada substância ativa.
Paulo Lilaia, presidente da APOGEN, acredita que as novas regras de prescrição por substância ativa colocam o «sério risco» de impedir o acesso de muitas empresas ao mercado e, logo, de comprometer a sua sobrevivência.
«Há um conjunto de problemas na nova lei», explica Paulo Lilaia, notando que os dados preliminares sobre as vendas em Junho «não mostram o esperado aumento no mercado dos genéricos».
«Não queremos esperar que algumas empresas caiam para provar que esse perigo existe. Alertámos o tribunal com base em princípios e leis de concorrência e demonstrámos que estamos perante o verdadeiro risco das empresas não terem acesso ao mercado», argumenta o presidente da APOGEN.
Também a APIFARMA confirma que avançou com uma providência cautelar no passado dia 30 de Maio, estando agora a aguardar que o Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa se pronuncie sobre a ação.
Numa declaração enviada ao “Público”, a APIFARMA sublinha que «sempre reconheceu como não necessária a alteração do regime jurídico da prescrição por DCI» e argumenta que esta mudança «coloca em causa a relação de confiança entre o médico e o doente, pode representar riscos para a segurança do doente e tem consequências críticas para as empresas nacionais, que vêem o sistema de licenças, em que se baseia boa parte da sua atividade, ser posto em causa, com graves prejuízos para a sua sustentabilidade».