A GROQUIFAR realça os desafios das empresas associadas de distribuição de fatores de produção, enaltecendo o incondicional apoio à produção agrícola nacional.
Veja a reportagem da TVI no programa “Esta Manhã” (1h23m a 1h26m) aqui.
A guerra no leste da Europa agudizou situações que já se anunciavam no final de 2021 e que atingem agora um ponto crítico para os produtores agrícolas, distribuidores de fatores de produção e restantes players da cadeia agroalimentar.
Todos os dias a comunicação social divulga sinais de mudança que se fazem sentir a jusante, com ênfase para o consumidor, enquanto nos campos, onde se iniciam as campanhas do milho, tomate de indústria e arroz, urge a tomada de decisão dos produtores agrícolas em condições duma instabilidade ímpar.
Uma antevisão minimamente fiável dos custos totais de produção por hectare (vulgo, conta de cultura) é inviável num mercado hiperinflacionado, face à volatilidade dos custos energéticos (nas suas vertentes eletricidade e combustíveis) e de outros fatores de produção (com destaque para os fertilizantes, pela estreita relação com o preço da eletricidade e dos combustíveis).
Para concretizar o termo volatilidade e prosseguindo com o exemplo dos fertilizantes, as cotações estão a ser fornecidas ao dia e com a validade das propostas a ser também, em muitos casos, diária.
No período pré-guerra projetava-se que a conta de cultura do tomate de indústria poderia ter um acréscimo de 25-30% face à campanha 2021. Agora? Ninguém arrisca um número. O produtor precisa de semear e plantar hoje sabendo que é apoiado num trajeto incerto até à colheita. Os técnicos continuam diariamente ao seu lado a ajudarem na melhor decisão para alcançar a mais elevada produção, em condições mais limitantes e mutáveis, mas sempre focados na maximização da qualidade final obtida por forma a viabilizar o escoamento. A imediata intervenção do Governo português é necessária para os produtores que se têm reinventado ano após ano, adaptando-se a novas regras e imposições ditadas pela Europa. Hoje tem de se redefinir prioridades, reavaliar o essencial, aprender com o passado e passar à efetivação de medidas dinamizadoras da produção agrícola nacional e do equilíbrio da deficitária balança comercial de produtos agrícolas. A salvaguarda do tecido empresarial agrícola português e a rentabilidade da produção agrícola deverão ser prioritárias, e se necessário for, haver coragem para adiar a adoção de estratégias de cariz ambiental.
Na visão da GROQUIFAR, o ajuste dos parceiros – banca, agroindústria, fornecedores de fatores de produção, cadeias de distribuição alimentar – face à nova realidade, são imprescindíveis para a continuidade da atividade agrícola nacional.
Esta é uma oportunidade única de tomada de consciência do papel basilar dos agricultores na cadeia agroalimentar, e de aumentar o respeito pela produção agrícola nacional e consciência do real valor dos produtos agrícolas.
É imprescindível, para ultrapassarmos o ponto crítico em que estamos, coordenarmos esforços e olharmos juntos na mesma direção pois ‘todos precisamos de um agricultor, pelo menos, três vezes ao dia’.
A DGAV publicou hoje o Despacho nº35/G/2022 relativo à atualização da zona demarcada para a Trioza erytreae.
O despacho dá cumprimento ao nº 2 do artigo 5º da Portaria nº 142/2020 que estabelece medidas de proteção fitossanitárias adicionais destinadas à erradicação no território nacional deste inseto de quarentena.
A Comissão Europeia deu recentemente permissão aos Estados-Membros para flexibilizarem as normas de importação de cereais e alimentos para animais como resposta às complicações resultantes da crise Ucrânia-Rússia.
Assim, Estados-Membros que enfrentem uma maior escassez podem desencadear um sistema que lhes permita comprar cereais e alimentos para animais a países terceiros com regras mais flexíveis sobre resíduos de produtos fitofarmacêuticos, sendo que estas importações devem ser apenas utilizadas para os fins previstos. A Comissão salienta também que existe a possibilidade de que os países façam uso do artigo 18º, nº4 do Regulamento (CE) nº 396/2005 que lhes permite fixar LMR nacionais temporários.
Todas as medidas adotadas a nível nacional deverão ser comunicadas à Comissão Europeia.
É já na próxima sexta-feira dia 25 de março que terá lugar o webinar “Podem o Pacto Ecológico e o PEPAC ignorar a biotecnologia?”, organizado numa parceria entre a CAP e o CiB – Centro de Informação da Biotecnologia.
Este webinar pretende analisar e debater as novas oportunidades que a biotecnologia poderá trazer ao setor agrícola, contribuindo para sistemas alimentares mais sustentáveis e alinhados com os princípios do Pacto Ecológico Europeu e da Estratégia do Prado ao Prato.
Para assistir, faça aqui a sua inscrição gratuita, mas obrigatória.
No próximo dia 5 de abril terá lugar a 5ª edição das Jornadas de Homologação de Produtos Fitofarmacêuticos organizada pela ANIPLA, este ano em formato presencial e online.
Estas jornadas pretendem debater o fundamento do Pacto Ecológico Europeu (PEE) e as suas estratégias, bem como possíveis consequências nas práticas de produção e comercialização de bens alimentares. As alterações climáticas e o crescente aparecimento de novas pragas e emergências fitossanitárias também integram o programa.
A CEPM (Confederação Europeia dos Produtores de Milho) lançou um alerta os líderes políticos para a necessidade de reformulação da estratégia europeia “Farm to Fork” relativa à produção agrícola face às reduções de exportações da Ucrânia e Rússia. O objetivo seria criar uma maior flexibilidade nas explorações agrícolas europeias para responderem a todos os desafios de produção.
A Rússia e Ucrânia representam, em conjunto, cerca de 30% do comércio mundial de cereais sendo, só a Ucrânia, responsável pela exportação de 90 milhões de toneladas.
Desta forma, os produtores de culturas arvenses e dos setores da pecuária começam a sentir desequilíbrios económicos devido a este conflito. No curto prazo já se vislumbra uma explosão de custos de produção, seja devido aos preços dos fatores de produção seja derivada pelos custos energéticos.
Atualmente, a CEPM (que tem na vice-presidência o Dr. Jorge Neves da ANPROMIS) engloba 10 países e representa cerca de 90% da superfície de milho semeado a nível da UE.
A Comissão Europeia estabeleceu uma meta de redução em 50% na utilização até 2030 dos produtos fitofarmacêuticos a nível europeu, mas os Estados-membros poderão desviar-se do nível de 50% dentro dos parâmetros de uma fórmula vinculativa. Contudo, os objetivos nacionais só poderão ser inferiores a 45% se existir justificação por fatores como, por exemplo, a mudança de perfil das pestes.
Os países deverão comunicar à Comissão dois objetivos nacionais de redução: um para a utilização e o risco de utilização de produtos químicos, e outro para a utilização dos produtos químicos mais perigosos. Após o que, a Comissão analisará as metas e justificações.
Está agendada para 23 de março, a revisão na Comissão da Diretiva do ‘Uso Sustentável dos Produtos Fitofarmacêuticos’ e a sua integração com os objetivos do Pacto Ecológico Europeu e a estratégia “Do Prado ao Prato”.