Udifar investe 14 milhões de euros nos centros de Lisboa e Porto13
A Udifar – Cooperativa de Distribuição Farmacêutica – investiu 9,3 milhões de euros na compra de um sistema que vai tornar mais eficiente a relação entre as farmácias e o consumidor final.
Este foi instalado no centro nevrálgico de Agualva-Cacém, mas até ao final do ano a distribuidora espera instalar outro semelhante num centro no Porto, que custará mais perto de 5 milhões de euros.
O investimento realizado em contraciclo faz parte de uma estratégia de racionalização de armazéns e de otimização dos serviços prestados às farmácias.
O objetivo é centralizar as operações em Lisboa (Cacém), Algarve (Guia) e Porto, onde será aberto um novo centro até Dezembro.
Esta reorganização resulta da fusão da União dos Farmacêuticos de Portugal com a Codifar e implicou, além do fecho dos armazéns de menor dimensão espalhados pelo país e que prestavam pior serviço, a diminuição do número de trabalhadores de 600 para os atuais 400. «A reestruturação obrigou à saída de pessoal, mas também levou a novas contratações e melhorou o rácio de pessoal efetivo versus empregados em regime de trabalho temporário», explicou ao jornal “i” o presidente da Udifar, Pedro Pires.
A fusão das duas entidades levou a que muitos dos armazéns dispersos pelo país deixassem de fazer sentido, até porque hoje as estradas e as vias de comunicação são melhores, tornando desnecessária a existência de tantas infraestruturas”, diz Pedro Pires.
Para já, para o centro do Porto, a implementar de raiz, vão os equipamentos que estavam no centro de Lisboa. «Depois, à medida que a nossa quota de mercado for aumentando na região Norte, iremos reforçando o investimento», garante o presidente da distribuidora.
A Udifar tem uma quota de mercado de 16%, sendo o seu mercado sobretudo de Coimbra para sul. No Porto trabalha com cerca de 100 farmácias, quase sempre a partir de Lisboa – uma realidade que em breve será alterada.
No Algarve, a Udifar tem um centro mais pequeno, na Guia. Nesta região, a distribuidora trabalha com mais de 100 farmácias, mas parte do serviço também é prestado a partir do centro principal, localizado em Lisboa.
Para já, a incógnita é o futuro do armazém de Leiria, que emprega cerca de 30 pessoas.
Para Pedro Pires, as transformações que estão a acontecer na Udifar têm vantagens para a cooperativa, para as 1.300 farmácias com quem trabalha e para o consumidor. «Só os bancos têm uma malha tão apertada com o sistema informático como o que nós agora adotámos», garante.
Com o novo sistema, as farmácias e o consumidor passarão a ter acesso mais rápido e mais fácil aos medicamentos e os farmacêuticos ficarão mais libertos para fazer aquilo que o presidente da Udifar considera o seu papel principal: atender e acompanhar o consumidor final em primeira linha. «A otimização da logística liberta o profissional para a frente da farmácia, para junto da população. Se sou cirurgião, devo estar a operar e não a comprar fio de sutura», considera o presidente da cooperativa.
Pedro Pires não tem dúvidas sobre o futuro do setor e o modelo que deve ser adotado para o seu sucesso. «Atualmente, as farmácias ganham mais quanto mais despesa geram, o que não faz sentido nenhum. O que faz sentido é ganhar de acordo com a eficiência, com os efeitos produzidos junto do consumidor. É essa eficácia que levará a grandes poupanças por parte do Estado», diz.
A remuneração segundo a eficácia já é uma realidade em diversos países do mundo, como no Canadá ou na Holanda. O presidente da Udifar diz que «é preciso pensar em modelos em que cada vez mais se responsabilize a farmácia profissional de saúde pela sua relação com o utente. Ganhar dinheiro pela delapidação das margens de lucro com a venda de medicamentos tem limites, pelo que esta situação devia ser alterada».
Pedro Pires diz mesmo que o valor de venda dos medicamentos devia ser fixado sem margem para alterações dos preços de venda ao público por parte das farmácias.
Mas o setor tem outros calcanhares de Aquiles. O ministro da Saúde, «Paulo Macedo, vem agora dizer que a negociação da dívida vai produzir uma poupança de 60 milhões de euros. Ou seja, o Estado paga já e perdoa-se-lhe parte da dívida. A mim, o que a Indústria me diz é que, se não pago logo, não recebo os medicamentos. Mas, já se sabe, o Estado é soberano. Paga a mais de 300 dias, quando eu pago a 30 e recebo a 60 ou 90 dias. O que é preciso é equilibrar os prazos de pagamento», conclui Pedro Pires.
Despesa com genéricos continua em queda
O valor do mercado de medicamentos genéricos dispensados nas farmácias e a despesa pública do SNS continuam numa trajetória de redução contínua em 2012, apontou a Associação Nacional das Farmácias (ANF) em comunicado.
Segundo a ANF, em julho acentuou-se a redução do valor do mercado de medicamentos genéricos e da despesa pública e continuou a crescer o número de embalagens de medicamentos genéricos dispensadas pelas farmácias.
A despesa do SNS com medicamentos reduziu em Julho (-) 14,7 % em valor, a maior queda verificada nos primeiros sete meses do ano. Também a despesa do Estado e dos doentes com medicamentos genéricos continua em queda, com um decréscimo de (-) 25,5% em Julho. Já o número de embalagens de medicamentos genéricos dispensados pelas farmácias cresceu 19,6%, indicou.
O preço médio dos medicamentos genéricos dispensados pelas farmácias continua em tendência decrescente, sendo que a maior redução ocorreu em julho. A quota de mercado de medicamentos genéricos manteve-se estável na ordem dos 60% no mercado de grupos homogéneos.
De acordo com a associação, «a dispensa crescente nas farmácias de medicamentos genéricos de preço mais reduzido, patente na evolução do mercado em Julho, evidencia que o novo regime de prescrição por DCI, que entrou em vigor no dia 1 de Junho de 2012, está a seguir o seu curso. Devido a essa medida, os portugueses estão a ter acesso a medicamentos genéricos mais baratos, um fator determinante para a redução dos seus encargos com medicamentos», destacando que «as farmácias continuarão empenhadas no aumento do mercado de medicamentos genéricos com o objetivo de reduzir os encargos dos doentes».
Lembra a ANF que «o Governo definiu, para o ano de 2012, o limite de 1.196 milhões de euros para a despesa com medicamentos no âmbito do ambulatório. Verifica-se que as metas no setor privado estão a ser cumpridas. O mesmo Governo definiu, para o setor público, 842 milhões de euros para limite máximo da despesa, desconhecendo-se o valor real e definitivo da despesa com medicamentos a nível hospitalar no primeiro semestre de 2012», sublinhando que «no ano de 2011, foi o setor privado que suportou a redução drástica da despesa com medicamentos que decresceu (-) 19.9%. Pelo contrário, no setor público verificou-se um acréscimo na despesa de 1,2%».
A associação assinala igualmente que «no dia 14 de maio, a APIFARMA e o Ministério da Saúde subscreveram um protocolo para controlo da despesa com medicamentos e, nesta data, ainda não se conhece o número e quais as empresas de Indústria Farmacêutica que aderiram».
A ANF acrescenta que já solicitou «ao Ministério da Saúde que informasse publicamente sobre qual a redução da despesa com medicamentos no setor público, sobre o qual tem responsabilidades de gestão e qual a estimativa do Governo para o final do ano».
Farmacêuticas perdoam 60 milhões da dívida do Estado
O Ministério da Saúde prevê poupar quase 60 milhões de euros com os descontos feitos pelos fornecedores do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em troca do pagamento das dívidas.
Do total dos 1.500 milhões que o ministério de Paulo Macedo recebeu no Orçamento Rectificativo para pagar parte da dívida do SNS, foram pagos até agora mais de 700 milhões. No final de junho o Ministério da Saúde tinha transferido para as contas dos fornecedores, a maioria empresas da Indústria Farmacêutica, 410 milhões de euros. Em julho foi paga uma nova tranche, que superou os 300 milhões, apurou o “Diário Económico”.
No âmbito do protocolo assinado com a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA) para o pagamento de dívidas, o Ministério da Saúde contactou 55 empresas credoras e 38 aceitaram negociar as dívidas: 25 já chegaram a acordo e 15 foram assinados.
O objetivo de conseguir pagar os 1.500 milhões até ao final deste mês mantém-se. Ou seja, faltam fechar mais 30 acordos. No final, a poupança estimada será de cerca de 60 milhões de euros, divulgou o “DE” junto de fonte próxima do processo. Contactado, o Ministério da Saúde não quis comentar.
INFARMED suspende fármaco para tuberculose por problemas no fabrico
O INFARMED suspendeu a comercialização de lotes do medicamento para a tuberculose Isoniazida Labesfal depois de detetados problemas no fabrico, enquanto a Direção Geral da Saúde recomenda que sejam convocados os doentes que tomam este fármaco.
Numa circular divulgada no seu site, a Direção Geral da Saúde (DGS) indica que as administrações regionais de saúde (ARS) devem realizar um levantamento de todos os doentes que estão a fazer tratamento com os lotes alvo de suspensão.
Além disso, deve substituir-se o medicamento suspenso por um produto igual de outro laboratório, adquirido pelos serviços farmacêuticos das ARS.
A recolha dos lotes de comprimidos de 50 e 300 mg de Isoniazida Labesfal foi determinada na sequência de uma inspeção realizada ao fabricante das substâncias ativas, localizado em Gujarat, na Índia.
Segundo o alerta da Autoridade do Medicamento colocado na sua página na Internet, foram detetadas «não conformidades críticas às boas práticas de fabrico», citou a “Lusa”.
Uma vez que a substância ativa (isoniazida) produzida por este fabricante foi usada nos medicamentos distribuídos em Portugal, o INFARMED determinou a suspensão e recolha imediata dos lotes do medicamento, ordenando que não sejam vendidos, dispensados ou administrados.
Alterações ao regime jurídico das Farmácias
Eleições para o triénio de 2012/2014
No passado dia 27 de Julho realizou-se uma Assembleia-Geral Eleitoral para Eleição dos Corpos Sociais da GROQUIFAR, em exercício durante o triénio de 2012/2014.
Foi aprovada por maioria de votos cumpridos, a seguinte lista:
CONSELHO FISCAL
Medicamentos: Saúde com mais competências na área da formação dos preços
A formação do preço dos medicamentos, até agora da competência dos Ministérios da Economia e da Saúde, passa a ser matéria do membro do governo responsável pela área da Saúde, segundo legislação hoje publicada em Diário da República, noticia a agência Lusa.
De acordo com um decreto-lei publicado em Diário da República, cabe agora apenas ao membro do governo responsável pela área da Saúde a determinação de deduções sobre os Preços de Venda ao Público (PVP) autorizados.
Até agora, esta era uma matéria da responsabilidade dos membros do governo responsáveis pelas áreas da economia e da saúde.
Ao nível da fixação do preço dos medicamentos, a lei também confere alterações. Assim, a autoridade que regula o setor do medicamento (Infarmed) passa a assumir competências até agora atribuídas à Direção-Geral das Atividades Económicas (DGAE), como a autorização do PVP dos medicamentos.
O Infarmed é o organismo igualmente responsável pela regulação dos preços dos medicamentos comparticipados ou a comparticipar, nos termos definidos no regime geral das comparticipações do Estado no preço dos medicamentos.
A legislação apresenta ainda alterações na formação de preços dos medicamentos genéricos.
Atualmente, o medicamento de referência para efeitos dos números anteriores era o que “esteja, ou tenha sido, autorizado há mais tempo em Portugal com base em documentação completa, incluindo resultados de ensaios farmacêuticos, pré-clínicos e clínicos com a mesma composição qualitativa e quantitativa em substâncias ativas”.
Valor fixo por cada embalagem vendida pode ser solução contra crise
O economista Pedro Pita Barros considera que as farmácias só poderão libertar-se da grave crise económica que atravessam, quando não estiverem dependentes do preço dos medicamentos, o que é possível, fixando o valor que recebem por cada embalagem vendida, avança a agência Lusa.
Pedro Pitta Barros falava à agência Lusa, à margem da apresentação de um estudo que realizou sobre a evolução da situação económica das farmácias, que conclui que mais de 1.100 farmácias têm os fornecimentos suspensos e que a maioria “não tem capacidade para suportar os custos da atividade que desenvolve”.
Na opinião do economista, as farmácias têm de pensar numa forma de obter eficiência adicional, para compensar alguma da falta de viabilidade económica, através da redução de custos.
“Como muito do efeito está a ser criado por uma redução de preços dos medicamentos nos últimos anos, tem que se pensar porque é que a remuneração da farmácia está tão ligada ao preço do medicamento, e se não será melhor ter uma remuneração da atividade da farmácia que seja independente dessa descida de preços”, sugeriu.
Pita Barros sublinha que mudar a forma de remuneração “não significa atirar lá para dentro uma montanha de dinheiro”, significa que o modelo como está não vai funcionar, e tem que se começar já a preparar o que poderá ser uma alternativa que funcione, “um novo modelo”.
“De certa forma, os princípios desse novo modelo já vão sendo aceites. Com as medidas da ‘troika’, já houve introdução de um mecanismo de remuneração das farmácias que tem uma componente fixa por embalagem dispensada e não de acordo com preço de medicamento”. Ou seja, se o preço dos medicamentos baixar, a farmácia continua a receber exatamente o mesmo, o que o economista considera fazer sentido como modelo económico, uma vez que um medicamento de preço mais elevado não custa mais a dispensar na farmácia do que um medicamento de preço mais baixo.
“De um ponto de vista lógico fazem sentido essas mudanças. O princípio dessa mudança já foi aceite. Agora tem que se pensar que valores é que faz sentido esse modelo ter e se faz sentido adicionar algumas componentes de remuneração de outros atos ou não. Isso é, provavelmente, a discussão que terá que ser feita”, apontou Pita Barros.
Mais de 1.100 farmácias com fornecimentos suspensos
Mais de 1.100 farmácias têm atualmente os fornecimentos suspensos e a situação económica é de tal forma insustentável que não permite cobrir os custos fixos na maioria destes estabelecimentos, segundo um estudo que será hoje apresentado.
A investigação sobre a evolução da situação económica das farmácias foi realizada pelo economista Pedro Pita Barros, da Nova School of Business & Economics (Nova SBE).
De acordo com as conclusões do estudo, o número atual de farmácias com fornecimentos suspensos é de 1.131, representando um crescimento superior a 30 por cento (%) nos últimos três meses.
Medidas de viabilidade de muitas farmácias podem passar por despedimentos e redução do horário de atendimento.
O estudo do economista Pedro Pita Barros mostra que muitas unidades farmacêuticas correm o risco de fechar devido aos cortes efetuados nos preços dos medicamentos e aumentos nos custos fixos.
“O provável é que haja um conjunto de farmácias que venha a encerrar, caso esta situação continue”, afirmou o economista que fez o estudo, citado pela Rádio Renascença. Pedro Pita Barros sugere a redução dos custos fixos das farmácias, para que estas se possam manter viáveis, o que pode levar a despedimentos e encurtar os horários de atendimento ao público “Se conseguirem alterar a sua forma de remuneração, por exemplo, em vez de ser uma percentagem do preço ser um valor mais fixo por transação, como já se faz noutros países”, sugere Pedro Pita Barros
Acordo entre VipFarma e Farmasierra para a Península Ibérica
A portuguesa Vipfarma – Logística Farmacêutica, SA e a espanhola Farmasierra Distribución assinaram um acordo que possibilitará a oferta conjunta de serviços de logística farmacêutica para toda a Península Ibérica.
O acordo pretende, segundo comunicado, «oferecer todo o conjunto de serviços, na área da logística farmacêutica, para as empresas farmacêuticas estabelecidas na Península Ibérica, independentemente de se situarem em Portugal ou em Espanha, desde receção, armazenamento, picking e entrega aos destinatários, oferecendo ainda outros serviços como reembalamemto, processamento de devoluções, etc.».
»Para a Farmasierra esta parceria é um passo no crescimento da nossa área de distribuição e para a internacionalização das nossas atividades», diz Thomas OIleros, presidente do grupo Farmasierra.
De acordo com José Miguel de Melo Ribeiro, presidente do conselho de administração da VipFarma «este acordo é o resultado da busca de um Parceiro na Espanha com o mesmo nível de qualidade, capacidade e interesse em desenvolver uma parceria mais profunda na busca de respostas às crescentes necessidades das empresas farmacêuticas para operarem no mercado ibérico».
Fundada em 1995, a VipFarma é composta por 55 colaboradores com «conhecimento profundo de todas as características do sector de distribuição farmacêutica».
Já a Farmasierra Distribución apresenta um volume de 20 milhões de unidades tratadas anualmente, «oferecendo uma distribuição mundial de medicamentos, suplementos alimentares, cosméticos e produtos de saúde, chegando a armazenistas, farmácias e hospitais».