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II Fórum da Distribuição Farmacêutica GROQUIFAR | 20 outubro 2015

II Fórum da Distribuição Farmacêutica  GROQUIFAR | 20 outubro 2015
 O II Fórum da Distribuição Farmacêutica juntou em Lisboa os vários players de todo o circuito do medicamento.

O encontro realizou-se no dia 20 de outubro no hotel Vila Galé Opera em Lisboa.

 

“O evento teve como principal objetivo olhar para o futuro com otimismo e confiança, procurando partilhar a visão estratégica da Divisão Farmacêutica da Groquifar para o futuro perante os desafios e exigências que se avizinham e, se possível indicar às empresas possíveis caminhos ou oportunidades para o seu desenvolvimento”

A Sessão de Abertura contou com o Presidente da Divisão Farmacêutica da Groquifar, Dr. Diogo Gouveia e com o Diretor Geral da IMS Health, Dr. Mário Martins, e com a ilustre presença do então Presidente do Conselho Diretivo do Infarmed – Dr. Eurico Castro Alves que elogiou a excelência do serviço da Distribuição Farmacêutica e agradeceu a estreita colaboração no diálogo com o Infarmed, procurando sempre entender e encontrar soluções de consenso com a Autoridade. 

 

Iniciámos os trabalhos com uma Visão do Mercado Nacional e Internacional com a apresentação do Vice-presidente de Parcerias Estratégicas da IMS Health, PER TROIEN, que nos apresentou uma perspetiva sobre os Novos Modelos de Financiamento e Gestão da Saúde, com particular destaque para os seguintes pontos:

 

  • Desvalorização do mercado ambulatório e alterações nas margens das empresas levantou a necessidade de adaptação por parte das empresas do setor do medicamento.
 
  • Empresas da Distribuição Farmacêutica tiveram papel fundamental na manutenção do equilíbrio financeiro no setor do medicamento, considerando o menor crédito disponível a montante e o aumento de dívida das farmácias, consequência da crise económica e financeira que o país atravessou.

 

  • Relativamente aos restantes países da OCDE, Portugal é aquele que menos investe em Saúde tendo sido registada uma diminuição no investimento privado na ordem dos 8% e de 28% relativamente ao investimento público.

 

  • Apesar de investir cerca de 9% do seu PIB em Saúde, Portugal continua a ser dos países da OCDE com menor financiamento público em Saúde e investimento em Saúde per capita.

 

  • O mercado das Speciality Drugs poderá ser um importante fator de crescimento para o mercado da distribuição grossista na Europa para os próximos anos, considerando o elevado número de moléculas que têm vindo a perder exclusividade.

 

Seguimos para uma Mesa Redonda com distintos convidados das diversas organizações do nosso setor para refletir em conjunto sobre as Novas Oportunidades para o Futuro da Distribuição onde ficou patente:

 

  • O elevado grau de eficiência inerente aos serviços disponibilizados pelos grossistas farmacêuticos e o valor que estes acrescentam ao setor poderá permitir mais sinergias com ganhos diretos para o SNS.

 

  •  Ações colaborativas ao nível da distribuição e fornecimento dos medicamentos bem como ao nível do outsourcing logístico do SNS poderão traduzir-se num melhor serviço prestado aos utentes portugueses, bem como em poupanças/ganhos para o SNS.

 

  • Perante os novos paradigmas do mercado farmacêutico, as empresas da Distribuição Farmacêutica deverão procurar criar valor através das atividades diárias que executam atualmente e da entrada e exploração de novos mercados como é exemplo o mercado de medicamentos hospitalares.

 

  • A integração de sistemas entre os vários stakeholders da cadeia do medicamento permitirá a criação de valor conjunto e facilitará as suas operações com ganhos diretos para os utentes.

 

  • O nível de tecnologia farmacêutica existente nos dias de hoje permite que, à semelhança do praticado noutros países da U.E., ocorra a transição de alguns medicamentos do canal hospitalar para o canal ambulatório. Para isto será fulcral antecipar quais as condições de segurança e monitorização que esta mudança poderá exigir, bem como estimar o impacto económico e os custos da mesma.

 

  • Poderão ser criadas sinergias entre os hospitais e os grossistas farmacêuticos para que se considerem modelos de aquisição por consignação.


Na relação com os nossos parceiros e regulador temos vindo a trabalhar de forma construtiva em diversas áreas com vista à melhoria da eficiência, qualidade e segurança do medicamento. Esperamos consolidar em breve diversos projetos ao nível das comunicações de dados, logística inversa e encontrar novas formas de colaboração e criação de valor para todos.

 

Durante a tarde foram abordamos dois temas muito atuais e pertinentes.

As Boas Práticas de Distribuição recentemente revistas e publicadas em Junho de 2015 trazem novos desafios às empresas. Desde a primeira hora o Infarmed e a sua estrutura técnica estiveram disponíveis para trabalhar em conjunto com o grupo de trabalho técnico da Groquifar, de forma a esclarecer e facilitar a interpretação e implementação das novas normas.

 

  • O novo documento das Boas Práticas de Distribuição vem introduzir novas alterações na prática dos Grossistas. Sendo mais extenso e mais exigente que o anterior, o mesmo prevê requisitos próprios das Boas Práticas de Produção de Medicamentos e que, desta forma, não deveriam ser da responsabilidade dos Grossistas.

 

  • O mesmo prevê ainda responsabilidades acrescidas para os grossistas nomeadamente ao nível da logística inversa e do controle de temperatura dos medicamentos ao nível do transporte que deverá passar a ser alvo de maior controle.

 

  • Relativamente à qualificação e validação do equipamento utilizado pelos Grossistas, constata-se que o artigo disposto no documento das BPD levará a processos de documentação muito extensos com alocação de recursos significativa para as empresas de Distribuição Farmacêutica. 

 

  • Os distribuidores por grosso devem manter um sistema de gestão da qualidade que estabeleça responsabilidades, procedimentos e princípios de gestão de risco em relação às suas atividades.

 

  • Considerando estes factos, depreende-se que a adoção do novo documento poderá resultar num aumento de custos para os operadores do setor da Distribuição, sem que este se traduza numa vantagem competitiva para as empresas nacionais. Para além disto, importa salientar que no documento a adotar não poderão constar alíneas que possam ser alvo de interpretações subjetivas para que exista maior transparência e efetividade ao longo da cadeia do Medicamento.

 A nível nacional e internacional, a GROQUIFAR e o GIRP têm procurado a melhor defesa dos interesses das empresas de distribuição, através de ações colaborativas com as entidades competentes, para que a regulamentação implementada se traduza em maior eficiência para o setor e para os utentes. 

Continuamos a trabalhar com o Infarmed nesse sentido.

 

O último painel foi dedicado à Diretiva dos Falsificados, que irá constituir um enorme desafio para todos os operadores do mercado e contou com a participação da nossa associação Europeia, GIRP, do Infarmed e das Associações Parceiras, Apifarma e ANF.

  • Os atos delegados da Diretiva dos Medicamentos Falsificados, publicados em Outubro de 2015, preveem normas para assegurar a integridade e autenticidade dos medicamentos que circulam na União Europeia, sendo o Identificador Único do Medicamento um dos mecanismos que entrará em vigor.

 

  • Da implementação dos Atos Delegados resultará um Sistema Pan-Europeu de Verificação de Medicamentos com várias hipóteses de Governance e de funcionamento da instituição e alternativas ao sistema Blueprint,

 

  • O mesmo sistema deverá permitir interoperabilidade entre os sistemas dos diferentes países da U.E. que estarão ligados a um repositório de dados central. A informação que constar no repositório deverá estar disponível apenas ao stakeholders que geraram essa mesma informação.

 

O tempo urge e teremos que, em conjunto com regulador e parceiros, encontrar o melhor modelo que se adapte às necessidades do nosso país. É essencial a discussão e reflexão nacional de todos os parceiros na implementação do novo sistema de identificação. A Groquifar quer ser parte ativa na decisão e gestão do processo de implementação da Diretiva dos Falsificados.

Encerrando o Fórum, foi assinado um Protocolo de Colaboração entre a Groquifar e IMS, parceiro essencial para a concretização deste evento, com vista a fortalecer a parceria e permitir novas atividades conjuntas no futuro.

A Divisão Farmacêutica congratula-se com o sucesso obtido no seu II Fórum, quer pela excelência dos intervenientes, pela pertinência dos temas debatidos e pela enorme adesão dos seus Associados e também de empresas não Associadas que participaram neste evento.

Pretendemos olhar para o futuro com otimismo e confiança, reforçar a participação da Distribuição no setor Farmacêutico aumentando e desenvolvendo as suas capacidades e competências, privilegiando sempre a sua representação efetiva.

Nesse sentido, a Divisão Farmacêutica agradece a todas as entidades que colaboraram com a GROQUIFAR e que contribuíram para o enorme êxito deste evento, com especial destaque para a parceria com a IMS Health.

 

A Direção da Divisão Farmacêutica