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Farmácias querem pagamentos alargados a 90 dias como “medida de emergência”

Farmácias querem pagamentos alargados a 90 dias como “medida de emergência”

O presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), João Cordeiro, propôs este sábado que o prazo de pagamento à indústria farmacêutica se alargue dos 30 para os 90 dias como “medida de emergência” para o sector, avança a agência Lusa.
O alargamento do prazo do “relacionamento entre a indústria farmacêutica, os grossistas e as farmácias” iria possibilitar a “libertação de fundos para a reposição de stocks”, justificou o responsável no cortejo dos profissionais de farmácia, em Lisboa.
A “medida de emergência” pode servir para “evitar o colapso do sector e dar algum oxigénio”, garantiu João Cordeiro, sublinhando que o prazo de 90 dias pode vigorar apenas até o “Governo tomar decisões”.


As declarações de João Cordeiro foram feitas aos jornalistas à porta do Ministério da Saúde, após a realização de uma marcha de protesto que juntou milhares de pessoas do sector das farmácias.
Os manifestantes marcharam desde o Campo Pequeno até ao Ministério da Saúde para entregar uma petição, com mais de duzentas mil assinaturas.
A petição, lançada no final de Setembro, ao mesmo tempo que as farmácias entravam “em luto”, reuniu mais de duzentas mil assinaturas para pedir uma alteração da política do medicamento, de forma a evitar o encerramento estimado de 600 farmácias.
“As medidas arbitrárias sem avaliação prévia ou posterior destruiriam o sector em 4 anos. Não queremos que agora o reequilíbrio do sector seja feito à custa dos doentes. O Governo e o Parlamento têm de ter coragem de aplicar as reformas estruturais”, sublinhou João Cordeiro.
O responsável defendeu ainda que deve existir “mais transparência e credibilidade” no preço dos medicamentos e que este deve estar ligado aos “custos de produção”.
A “eliminação de barreiras à exportação” foi outra das medidas defendidas pelo dirigente da ANF.
A ação de protesto da tarde de sábado juntou várias organizações ligadas às farmácias, nomeadamente o Sindicato, o Bastonário da Ordem e a Associação Portuguesa de Estudantes.