Apifarma lembra esforço feito para reduzir a despesa
A indústria farmacêutica respondeu às afirmações de uma associação do setor que defendeu que os laboratórios paguem às farmácias 0,94 cêntimos por embalagem vendida, lembrando que foram os primeiros “a contribuir para a redução da despesa do Estado”, avança a agência Lusa.
Em comunicado enviado à agência Lusa, a Associação Nacional da Indústria Farmacêutica (Apifarma) recordou o acordo assinado com o governo, em Maio deste ano, que “prevê uma redução de 300 milhões de euros na despesa do Estado com medicamentos nas áreas hospitalar e de ambulatório”.
No final de um “workshop” sobre “A economia da farmácia e o acesso ao medicamento”, durante o qual foi apresentado um estudo da Nova School of Business & Economics, da autoria do economista Pedro Pita Barros, que defende uma remuneração adicional de 2,43 euros por receita, ou de 0,94 euros por embalagem, a associação do setor disse que este valor deveria ser pago pela indústria, porque é onde “estão as gorduras”.
Ontem, a Apifarma recordou que tem defendido que “uma política do medicamento exclusivamente centrada na redução do seu preço traria consequências nefastas para todos os agentes da cadeia de valor do medicamento”.
“Os setores afetados devem centrar-se em si próprios, criando mecanismos que permitam uma maior eficácia de gestão”, lê-se no comunicado.
“Os setores afetados devem, igualmente, aligeirar as suas estruturas, aliviando-as, de facto, de algumas gorduras relacionadas com atividades como a produção de vinhos, a concessão de espaços de restauração, ou a criação de empresas de informática e de estudos de mercado, que em nada beneficiam os doentes”, prossegue a associação que representa os laboratórios.
Além de recordar o protocolo com o governo, a Apifarma sublinhou que “as empresas da indústria farmacêutica fizerem descontos na ordem dos 60 milhões de euros nos valores da dívida hospitalar, prestando uma contribuição adicional ao que estava previamente delineado”.
“Estas são iniciativas da Indústria Farmacêutica que não oneram o Estado, nem qualquer outro agente da cadeia de valor do medicamento, e que beneficiam o utente”, adianta o comunicado.